Em um marco sem precedentes na medicina, uma mulher norte-americana foi curada do HIV depois de receber um transplante de células-tronco.
Esta conquista representa não apenas um avanço médico significativo, mas também uma nova esperança para milhões de pessoas ao redor do mundo afetadas pelo vírus da Aids.
O que torna o caso da mulher curada do HIV único?
A paciente, uma mulher de meia-idade lutando contra a leucemia mieloide aguda, recebeu como tratamento um transplante de células-tronco retiradas do sangue de cordão umbilical.
Esta abordagem é notável por ser a primeira deste tipo a resultar na cura do HIV, além de marcar o caso como o primeiro envolvendo uma mulher.
O transplante foi realizado após a paciente se submeter a um processo de quimioterapia para eliminar as células cancerígenas, sendo substituídas pelas células-tronco do doador resistente ao HIV.
Esse procedimento resultou em uma remissão completa da leucemia e a eliminação do HIV, com a paciente permanecendo livre do vírus por 14 meses até o momento, sem a necessidade de terapia antirretroviral.
Sangue de cordão umbilical é uma promessa para futuros tratamentos?
O uso do sangue de cordão umbilical é uma inovação no tratamento de doenças graves como o câncer e, agora, mostrou-se potencial também contra o HIV.
Esta técnica pode viabilizar o tratamento para um espectro mais amplo de pacientes, não dependendo exclusivamente de doadores adultos compatíveis, o que frequentemente limita as possibilidades de transplante.
Apesar do sucesso deste caso, os transplantes de medula óssea e de células-tronco ainda são procedimentos complexos e não são considerados viáveis como estratégia de cura para todos os pacientes com HIV.
No entanto, este caso reforça a viabilidade da terapia genética como uma estratégia mais abrangente e acessível para a cura do HIV no futuro.
O estudo liderado pela Dra. Yvonne Bryson da Universidade da Califórnia em Los Angeles e pela Dra. Deborah Persaud da Universidade Johns Hopkins, que monitora 25 pacientes com HIV submetidos a transplante de células-tronco, é um passo crucial para entender melhor as complexidades e potenciais desta abordagem terapêutica.
Segundo Sharon Lewin, presidente eleita da Sociedade Internacional de Aids, esse avanço é uma prova de que a cura do HIV é possível e muito real.
A pesquisa em terapia genética, segundo Lewin, é uma das frentes mais promissoras para erradicar o vírus em mais pacientes, transformando os tratamentos disponíveis até agora.
Tratamento pode levar a cura do HVI em outras mulheres
A continuidade das pesquisas é fundamental para avançar no tratamento do HIV.
Cada caso de sucesso amplia o entendimento científico e abre novas portas para terapias que podem ser mais eficazes e menos invasivas.
A cura desta paciente é uma história de sucesso que traz mais do que esperança: traz a possibilidade real de um futuro onde o HIV possa ser completamente erradicado.
Fonte: O Antagonista