Dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, unidade de segurança máxima no interior do Rio Grande do Norte. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Segurança da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), que foi notificada no início da manhã desta quarta-feira, 14, e agora auxilia nas buscas pelos fugitivos, inclusive com helicópteros.
É a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, onde também estão membros do alto escalão de facções como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). São cinco presídios do tipo no País: além de Mossoró, há unidades em Catanduvas (PR), Campo Grande, Porto Velho e Brasília. A primeira delas, em Catanduvas, foi inaugurada em junho de 2006.
Os fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça. Antes, os criminosos cumpriam pena no Complexo Penitenciário de Rio Branco, no Acre, mas foram transferidos após terem participado de uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves que resultou na morte de cinco detentos em julho de 2023.
A transferência para a Penitenciária Federal de Mossoró foi feita a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado (MPAC). Além de Deibson e Rogerio, outros 12 presos foram transferidos nas mesmas circunstâncias.
Ainda não há informações se pessoas de dentro da penitenciária teriam auxiliado na fuga. A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) informou que o secretário André Garcia está a caminho de Mossoró para investigar os fatos e apurar as responsabilidades do ocorrido.
“A Polícia Federal foi acionada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e está tomando todas as providências necessárias para a recaptura dos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga”, acrescentou a pasta.
A Sesed afirmou ainda que, juntamente com a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), está “dando total apoio” ao Sistema Prisional Federal. Segundo a pasta, dois helicópteros auxiliam nas buscas: o Potiguar 02, que está em Mossoró, e o Potiguar 01, que permanece em Natal.
“O governo do Estado já fez contato com as secretarias de Segurança Pública da Paraíba e do Ceará para a realização de ações integradas de reforço policial nas divisas entre os estados”, disse a Secretaria de Estado da Segurança da Segurança Pública.
Ainda conforme a pasta, o Rio Grande do Norte não registra fugas em suas unidades prisionais desde 2021. Alguns anos antes, em 2017, o Estado assistiu a uma rebelião generalizada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, em ofensiva que deixou ao menos 26 presos mortos.
Já no começo do ano passado o Estado registrou uma onda de violência coordenada pelo Sindicato do Crime, facção que rivaliza com o PCC na região, em cerca de 20 cidades, incluindo Natal. Os casos consistiram em ataques a ônibus, incêndios de estruturas de prefeituras e do governo, além de tiros desferidos contra bases policiais e sedes do Judiciário.
Fonte: Estadão